sexta-feira, 15 de março de 2013

o Fim

Bom pessoal hoje está mais uma Coletênia FB, foi muito bom saber um pouco mais sobre a vida de Vinicius de Moraes, e saber como ele se tornou essa grande pessoal que é idolatrada potodos hoje.Vou dar contos finais ao blog com uma música dele que pode se dizer que é uma das mais conhecidas, se não for a mais conhecida. Aquerela.


Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (e descolorirá)



quinta-feira, 14 de março de 2013

Amigo

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

quarta-feira, 13 de março de 2013

O "Casamenteiro" Vinicius


Vinicius amou demais e durante toda a vida dele. Sem paixão por uma mulher, o poetinha perdia a inspiração, entristecia e até morria um pouco. O amor o iluminava.


O primeiro amor foi aos 7 anos. O nome dela era Branca. "Comecei a amar Branca porque um dia, no portão de sua casa, minha mão encostou de leve em sua perna. Nunca mais esqueci essa sensação", contou Vinicius no livro de João Carlos Pecci. Depois, namorou quase todas as amigas da irmã Laetitia até conhecer a paulistana Beatriz Azevedo de Mello, a Tati, viajada, de família aristocrata e noiva. 

A paixão foi fulminante, porém ele tinha acabado de ganhar uma bolsa de estudo na Inglaterra. Viajou sozinho porque a amada precisava convencer os pais a terminar o noivado para se casar com Vinicius. Casaram-se por procuração e ela embarcou para a Inglaterra. Foram 11 anos de convivência, dois filhos, Susana e Pedro. A relação durou até 1950, porém, entre 1945 e 1947, o poeta teve um casamento escondido e conturbado com uma arquivista do Itamaraty, Regina Pederneiras, que foi perdoado por Tati, a única com quem ele se casou no civil. "Vinicius quis muitas vezes que a gente se reaproximasse. Não queria ser amiguinha dele. Foi uma burrice. Eu podia ter continuado a relação e até ser amante dele. Não fiz por orgulho", disse Tati quando o poeta morreu. 

O terceiro casamento foi com Lila Bôscoli, amiga de Danuza Leão, bisneta da compositora Chiquinha Gonzaga. Era linda e muito jovem (19 anos) e, quando o escritor Rubem Braga apresentou Lila ao poeta, disse: "Lila Bôscoli; Vinicius de Moraes, e seja o que Deus quiser". Casaram-se e tiveram duas filhas: Georgiana e Luciana. ?Vinicius era um namorado eterno. Nunca vi pessoa mais amorosa. A gente namorava o tempo todo?, contou Lila a João Carlos Pecci. "Mas não era santo! Dava suas namoradinhas por aí, e eu sabia. Nos separamos em 1957." 

Vinicius já estava atraído por Maria Lúcia Proença, sobrinha do amigo Octávio de Faria, que havia conhecido quando ela era adolescente. Dezoito anos depois, eles se reencontraram numa festa. Ela era casada e tinha um filho, contudo perdeu o chão ao ver o poeta. O encontro definitivo foi em Paris  eles saíram para jantar numa Sexta-Feira Santa e depois do acidente de carro em Petrópolis, a relação entre eles ficou mais forte, até Lucinha se separar do marido e viver com o poetinha (seu quarto casamento). Por causa dela, em 1958, Vinicius, que ainda tinha posto diplomático em Montevidéu, pediu autorização para voltar ao Rio: "Preciso, de fato, voltar ao Rio de Janeiro. Não é um problema material, de dinheiro ou de status profissional. Tudo isso é recuperável. É um problema de amor. Pois o tempo do amor é que é irrecuperável." Ele recebeu a autorização. Viveram bem por cinco anos, muito apaixonados. Porém, quando o fantasma do tédio tomava conta de Vinicius, era o fim. Para ela, compôs "Apelo". "Se pudesse voltar atrás, não iria me separar de Vinicius, jamais", confessou Lucinha para João Carlos Pecci. 

Quando Vinicius de Moraes se casou pela quinta vez, em 1963, com Nelita Abreu Rocha, o pintor Di Cavalcanti, que tinha por hábito retratar as mulheres do poeta, questionou: "Você tem certeza de que esta é definitiva?" Sem obter resposta, ele continuou: "Está bem, eu pinto mais essa, mas fique sabendo que é a última". Ela tinha apenas 18 anos e era namoradinha de um jovem que procurava Vinicius, cinqüentão, para aprender poesia. Paixão impossível, a princípio. 

Nelita também queria Vinicius e eles se encontravam às escondidas. Depois de um desabafo do poeta que pretendia desencarnar de tanta paixão, Carlos Lyra sugeriu que ele a raptasse e a levasse para Paris. Sobrou para Tom Jobim, incumbido de conduzir o casal ao aeroporto. "Lembro-me de que Tom foi para minha casa, com o paletó pendurado nas costas, e comentou: "Pois é, aquele tiro vai sobrar para mim". No dia seguinte, saiu um anúncio no jornal, dos pais de Nelita, comunicando o casamento da filha com Vinicius de Moraes. Assumiram. Foi fantástico!", disse Carlos Lyra em entrevista publicada no Songbook 3. 

O casamento durou até aparecer Christina Gurjão, em 1969, com quem Vinicius teve Maria e uma relação tumultuada, que quase terminou em assassinato. Christina, grávida de cinco meses, ficou furiosa com a traição de Vinicius e, inconformada, se dirigiu ao quarto onde ele descansava com um candelabro. Ao perceber que iria ser atacado, ele jogou-a no chão. Tudo por causa da baiana Gesse Gessy, de 31 anos, apresentada a ele por Maria Bethânia numa pizzaria em Salvador. "Eles saíram do restaurante, viajaram e se casaram", contou Bethânia. ?Mudaram para Itapuã e Vinicius comprou um jipe.? 

A cada mulher com quem Vinicius se casava ele dizia: "Esta será minha viúva". Gesse não foi. Haveria ainda mais duas. A poetisa argentina Marta Ibañez, de 22 anos, 40 a menos que ele, foi a oitava esposa com quem também teve um casamento rápido e viveu entre Rio e Punta del Leste, onde comprou uma casa de veraneio. O nono casamento foi, em 1976, com a estudante de letras Gilda de Queirós Mattoso, 23 anos, essa, sim, a viúva do poeta. 

Qual delas Vinicius amou mais? Não importa, pois todas elas se sentiram especiais com o poetinha e, com certeza, todas foram verdadeiramente especiais. "Casou-se nove vezes em busca de uma paixão eterna. A grande angústia é que ele sabia que não ia encontrar", disse Toquinho no documentário Vinicius. Quem sabe...

Boa Noite!

terça-feira, 12 de março de 2013

Biografia


Vinicius de Moraes foi um nome muito importante no meio cultural brasileiro. Diplomata de carreira destacou-se como poeta modernista, mas também como compositor e letrista popular.
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 1913, no Rio de Janeiro, onde morre, infelizmente, em 1980.
Com apenas 15 anos, quando estava no curso secundário, começa a compor músicas populares. Em 1933, conclui o curso de direito. No mesmo ano, publica seu primeiro livro, a coletânea de poemas: O Caminho para a Distância (1933). Em 1935, surge: Forma e Exegese.
Em 1938 vai estudar na Inglaterra e lança: Novos Poemas. De volta ao Brasil, ingressa no ministério das relações Exteriores, em 1943. Nesse ano, o livro: Cinco Elegias inaugura uma nova fase em sua poesia.
De um início marcado fortemente pela religiosidade neossimbolista, o lírico Vinicius passa para uma temática mais próxima do amor, do erotismo e das angústias do desejo. Fala mais do cotidiano, de temas sociais, e sua linguagem se torna mais coloquial.
Em 1953 compõe seu primeiro samba: “Quando tu passas por mim”, e publica a peça: Orfeu da Conceição, em 1954. Em 1956 conhece o compositor Tom Jobim, sendo que duas de suas composições com Jobim foram: Chega de saudade e Outra vez, gravadas por Elizeth Cardoso no disco: Canção do Amor demais em 1958, com acompanhamento ao violão de João Gilberto. Ambas as músicas se tornam um marco da Bossa nova.
Entre 1955 e 1956, prepara o roteiro do filme: Orfeu Negro, do diretor francês Marcel Camus, que ganha o Oscar 1959 de melhor filme estrangeiro.
No inicio dos anos 60, compõem com outros músicos como Carlos Lyra, Edu Lobo, Pixinguinha, Dorival Caymmi e Francis Hime. Com Baden Powell, cria afros sambas famosos como: Canto de Ossanha e Berimbau.
É aposentado do serviço em 1968 pelo regime militar. A partir de 1969, torna-se parceiro do violinista Toquinho, com quem faz shows no Brasil e no exterior até sua morte.
Porém, pode-se dizer que Vinicius de Moraes se imortalizou. Suas obras continuam a serem lidas e admiradas até hoje. Suas composições sempre são cantadas e interpretadas novamente. Quem contribui para a cultura nunca será esquecido.

segunda-feira, 11 de março de 2013

"Vinicius é o unico poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão."




Dele disse Carlos Drummond de Andrade: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural".  "Eu queria ter sido Vinicius de Moraes". Otto Lara Resende assim o definiu: "Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua ligado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída". 

O que torna Vinicius um grande poeta é a percepção do lado obscuro do homem. E a coragem de enfrentá-lo. Parte, desde o princípio, dos temas fundamentais: o mistério, a paixão e a morte. Quando deixa a poesia em segundo plano para se tornar show-man da MPB, para viver nove casamentos, para atravessar a vida viajando, Vinicius está exercendo, mais que nunca, o poder que Drummond descreve, sem conseguir dissimular sua imensa inveja: "Foi o único de nós que teve a vida de poeta".

Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes aos nove anos de idade parece que pressente o poeta: vai, com a irmã Lygia ao cartório na Rua São José, centro do Rio, e altera seu nome para Vinicius de Moraes. Nascido em 19-10-1913, na Rua Lopes Quintas, 114 — bairro da Gávea, na Cidade Maravilhosa, desde cedo demonstra seu pendor para a poesia. Criado por sua mãe, Lydia Cruz de Moraes, que, dentre outras qualidades, era exímia pianista, e ao lado do pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta bissexto, Vinicius cresce morando em diversos bairros do Rio, infância e juventude depois contadas em seus versos, que refletiam o pensamento da geração de 1940 em diante.

Tomara!

Agora um vídeo com Vinícius de Moraes fazendo uma parceria com Marilia Medalha e Toquinho.

O Início

Hoje, dia 11/03/13, dou início a um projeto do FB Sobralense chamado Coletânea FB. E neste ano irei falar sobre um dos artistas mais aclamados do Brasil, Vinicius de Moraes. Vinicius foi diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e cantor brasileiro, mas foi como poeta e compositor que ficou mais conhecido. Fez obras que ficaram conhecidas durante toda sua vida e até hoje são faladas em todo o Brasil. Hoje começo com um poema dele que vi neste fim de semana e gostei:   Soneto de Fidelidade             

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.